A gastronomia é um elemento vivo e em constante movimento. Seja para
replicar receitas ou fazer releituras e claro, criar. A gastronomia
permite o erro, que muitas vezes viram acertos incríveis. Muito dos
melhores produtos e ingredientes estão na maior vitrine que existe,
a terra. E é nela que que se debruça com olhar de apaixonado, a
experiência que o casal de chef Margareth Rocha e Ricardo Pires,
donos do buffet Rappanui Gastronomia, vivem em suas viagens para
trazer para mais perto a origem e a identidade de raiz da culinária
brasileira e apresentá-las com toda técnica e amor, seus novos
pratos e criações para seus clientes.


Essa busca pelo
melhor ingrediente, já os levou para vários lugares do Brasil, onde
conheceram fazendas, feiras, produtores e pessoas que mudam suas
consciências sobre tudo que fazem com os alimentos e enriquecem suas
vidas com produtos novos, receitas novas, sabores e histórias que
indicam cada vez mais que estão no caminho certo. Valorizar uma
gastronomia de raiz, verdadeiramente brasileira.
Não teria outro
lugar melhor para expressar essa fome de conhecimento, se não em
Belém do Pará. Considerado o portal da Amazônia, Belém tem sua
gastronomia a essência da cultura indígena em todos seus pratos,
preservando e elevando a gastronomia mais pura do Brasil.

Com um toque
exótico e muita autenticidade, os sabores do Pará estão
conquistando paladares pelo mundo todo, fazendo com que sua
popularidade seja cada vez maior e o Rappanui Gastronomia mergulha
nesse rio novo e cheio misturas incríveis, para oferecer a melhor
gastronomia aos seus clientes, amigos e familiares.
Essa experiência
teve um ponto certo para começar, o mercado mais famoso do estado, o
Ver-o-peso. Esse mercado se confunde com a história da cidade de
Belém.
Há muito para
ver, comprar e aprender. Desde produtos artesanais típicos da região
como as lindíssimas cerâmicas marajoaras, as castanhas, as ervas e
frutas que só tem por lá, as garrafadas das rezadeiras, passando
por pimentas coloridas, garrafas de tucupi, licores e cachaças de
sabores como cupuaçu e jambu, carnes salgadas, que só chamam de
charque, peixes e camarões frescos e secos de diversos tipos como o
Aviú, minúsculo, porém saboroso, que já mexeram com as ideias dos
chefs.
Essa diversidade
gastronômica que o casal de chefs traz na bagagem ainda sofre muita
influência das pessoas que encontraram pelo caminho, as futas nunca
vistas, de gosto familiar ou bem exóticas que darão bossa em um
finger food. As histórias por trás dos pratos, como Tacacá e o
Pato feitos com o ouro líquido do Pará, o Tucupí e o Jambu,
protagonista da maioria dos pratos, que faz tremer a boca, e chama
atenção por essa peculiaridade.
E é nesse mercado a céu aberto, que Belém grita cultura,
gastronomia e muita história, tudo ao som de aparelhagem tocando
technobrega. Seja no centro ou em Jurunas, em Mosqueiro ou Salinas, a
cultura paraense cria suas raízes em todos que fazem essa viagem
gastronômica. E como flor de jambu, brota artistas incríveis, chefs
renomados e relações que deixam de ser networking e passam a ser
parceria e amizade, como a da chef Tathiana Martins do Pommedor
Gastronomia que em muito enriqueceu essa jornada culinária e suas
vidas.
Que demorem os 7
dias, como uma maniçoba, pois tem muito rio pra subir, muito chão
para andar, muito égua! pra falar e com a fé em Nazinha, muito
sucesso para colher.
Texto: Alexandre Vargas
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